quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Saussure e o signo linguistico

Saussure define a linguagem como um sistema de signos, compostos por significante e significado, caracterizando-a, também, como reflexão do pensamento de natureza, consciente, significativa, que, em contato com outro indivíduo, resulta na concretização da palavra falada ou escrita. Ao signo é atribuída, por Saussure, uma natureza arbitrária, na qual podemos basear a relação entre o signo e o mundo, ou seja, não há nenhuma relação natural entre o significado e o significante de um signo – o conceito (fonema, imagem, palavra) do signo e sua imagem acústica (a associação que se dá no consciente do indivíduo).

Classificacao do signo:

um conceito – ou seja, o significado

uma imagem sonora – ou seja, o significante, ou forma fonológica

Saussure e o estudo da linguagem

O objeto de estudo para Ferdinand Saussure é a língua, que, unida à fala, forma a linguagem. No estudo da linguagem, Saussure se interessa pelo estudo tanto da linguagem falada quanto da linguagem escrita. Ambas as expressões são um conjunto de sinais próprios de cada língua, com os quais manifestamos nosso pensamento, e tanto a expressão verbal quanto a expressão gráfica devem constar de dois elementos fundamentais – a sintaxe e a palavra.
A primeira é defi nida como a parte da gramática que estuda as combinações e relações entre as palavras. A segunda pode ser vista como uma espécie de estímulo da realidade, comparável aos outros estímulos, mas com um caráter próprio. As emoções e as sensações do mundo que nos cercam nos dão os primeiros sinais da realidade, formando nosso modo de pensar superior a outros animais.

FERNÃO DE OLIVEIRA

Fernão de Oliveira nasceu em Aveiro em 1507. Filho de Heitor de Oliveira, juiz dos órfãos em Pedrogão, foi contemporâneo de Pedro Nunes e Damião de Góis. Em 1520, iniciou os estudos no Convento Dominicano de Évora, onde foi discípulo de André de Resende, tendo mais tarde abandonado o convento e rumado para Espanha. Em 1536 estava em Lisboa, altura em que saiu dos prelos a Gramática da Linguagem Portuguesa.

Por volta de 1540 ou 1541 regressou novamente a Espanha, e mais tarde partiu para Itália e Inglaterra. Enquanto esteve ausente de Portugal, a sua vida foi atribulada, cheia de aventuras e missões secretas de carácter religioso. Em Itália fez diplomacia secreta, talvez ao serviço de D. João III, na complexa questão que este rei manteve com a Santa Sé, a propósito dos cristãos-novos. Em 1545 alistou-se a bordo de uma nau francesa, sob comando do barão Saint Blancard, exercendo a actividade de piloto. Pouco depois, foi aprisionado com os companheiros franceses pela frota inglesa. Na passagem por Londres, Fernão de Oliveira frequentou a Corte de Henrique VIII, onde obteve um certo reconhecimento por parte do rei.

Em 1547 voltou a Portugal, onde foi preso pela Inquisição, durante três anos, devido a opiniões pessoais de ordem religiosa, tendo saído em liberdade em 1551, por intervenção do Cardeal D. Henrique.

Mais tarde, em 1552 tomou o cargo de Capelão Real, participou na expedição organizada por D. João III em auxílio do rei de Velez, no Norte de África, onde ficou prisioneiro. No ano seguinte voltou a Lisboa.

Em 1554, D. João III nomeou-o revisor tipográfico da Universidade de Coimbra e, com o título de licenciado, ensinou na Universidade a disciplina de Retórica. As suas desventuras prosseguiram e entre 1555 a 1557 foi outra vez encarcerado. A partir deste período, o percurso da sua vida tornou-se incerto e duvidoso, sabe-se que em 1565, Fernão de Oliveira recebia uma tença de D. Sebastião. Veio a falecer cerca de 1581.

Da sua notável produção literária destaca-se, além da Gramática da Linguagem Portuguesa, o seu primeiro livro impresso em 1536, o Livro da Fabrica das Naos, manuscrito datado de ca. de 1580 (BN COD. 3702), existentes na Biblioteca Nacional. Escreveu ainda, entre outras obras, a Arte da guerra do mar, impresso em Coimbra por João Álvares, em 1555, a Ars nautica (ca. 1570), manuscrito da Biblioteca de Leiden, e a Historea de Portugal, cuja datação é posterior a 1581.

Um dos aspectos que caracterizou este homem do Renascimento foi o espírito crítico e humanista, e é nesta linha de pensamento que se enquadra a obra de Fernão de Oliveira. O fascínio do mar e das artes de navegar atraiu o espírito humanista deste autor, que foi gramático, historiador, cartógrafo, piloto, teórico de guerra e de construção naval.

Nesta época intensificou-se o gosto pelos estudos gramaticais, a elaboração de compêndios de gramática e de tratados técnicos de marinharia. A preferência dos humanistas por estas temáticas, contextualiza-se no período da expansão marítima levada a cabo, por portugueses entre os séculos XV e XVI.

Pronome Apassivdor SE

O verbo acompanhado pelo pronome apassivador se, concorda normalmente com o sujeito.
Ex: Vendem-se tapiocas fresquinhas.
Vende-se uma casa na praia.

O pronome se será partícula apassivadora, quando acompanhar verbo transitivo direto, e o elemento paciente, que passa a ser sujeito, não for iniciado por preposição. O verbo concorda com o sujeito, ou seja, se o sujeito for plural, o verbo também o será.

Ex.: Alugam-se barcos. O verbo "alugar" é transitivo direto (quem aluga, aluga algo); o elemento paciente não é iniciado por preposição, funcionando como sujeito; por isso o verbo deve ficar no plural. Essa frase se equivale a Barcos são alugados.

Obs.: Há gramáticos que admitem deixar o verbo na terceira pessoa do singular, indeterminando o sujeito.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Gramática Gerativa

A abordagem de Chomsky em relação à sintaxe, freqüentemente chamada de gramática gerativa, embora geralmente dominante, deu origem a escolas que dela divergem em aspectos técnicos como a Gramática Lexical-Funcional ou a HPSG. Noutros casos, há diferenças mais profundas, especialmente nas abordagens ditas funcionalistas, em parte herdeira do legado da Escola de Praga.

A análise sintática de Chomsky, muitas vezes altamente abstrata, se baseia fortemente em uma investigação cuidadosa dos limites entre construções gramaticais corretas e construções gramaticais incorretas numa língua. Deve-se comparar esta abordagem aos assim chamados casos patológicos (pathological cases) que possuem um papel semelhantemente importante em matemática. Tais julgamentos sobre a correção gramatical só podem ser realizados de maneira exata por um falante nativo da língua, entretanto, e assim, por razões pragmáticas, tais linguistas normalmente (mas não exclusivamente) focalizam seus trabalhos em suas próprias línguas-mães ou em línguas em que eles são fluentes (geralmente inglês, francês, alemão, holandês, italiano, japonês ou um das línguas do chinês).

Algumas vezes a análise da gramática gerativa não tem funcionado quando aplicada à línguas que não foram ainda estudadas. Desta maneira, muitas alterações foram realizadas na gramática gerativa devido ao aumento do número de línguas analisadas. Entretanto, as reivindicações feitas sobre uma linguística universal tem se tornado cada vez mais fortes e não têm se enfraquecido com o transcorrer do tempo. Por exemplo, a sugestão de Kayne, na década de 1990, de que todas as línguas têm uma ordem Sujeito - Verbo - Objeto das palavras teria parecido altamente improvável na década de 1960. Uma das principais motivações que estão por detrás de uma outra abordagem, a perspectiva funcional-tipológica (ou tipologia linguística, freqüentemente associada a Joseph H. O Greenberg), é basear hipóteses da linguística universal no estudo da maior variedade possível de línguas, para classificar a variação e criar teorias baseadas nos resultados desta classificação. A abordagem de Chomsky é por demais profunda e a dependente do conhecimento nativo da língua para seguir este método (embora tenha sido aplicada a muitas línguas desde que foi criada).

Chomsky

Avram Noam Chomsky (Filadélfia, 7 de dezembro de 1928) é um linguista, filósofo e ativista político estadunidense.

É professor de Linguística no Instituto de Tecnologia de Massachusetts.

Seu nome está associado à criação da gramática ge(ne)rativa transformacional, abordagem que revolucionou os estudos no domínio da linguística teórica. É também o autor de trabalhos fundamentais sobre as propriedades matemáticas das linguagens formais, sendo o seu nome associado à chamada Hierarquia de Chomsky.

Seus trabalhos, combinando uma abordagem matemática dos fenómenos da linguagem com uma crítica do behaviorismo,nos quais a linguagem é conceitualizada como uma propriedade inata do cérebro/mente humanos, contribuem decisivamente para a formação da psicologia cognitiva, no domínio das ciências humanas.

Além da sua investigação e ensino no âmbito da linguística, Chomsky é também conhecido pelas suas posições políticas de esquerda e pela sua crítica da política externa dos Estados Unidos. Chomsky descreve-se como um socialista libertário, havendo quem o associe ao anarcossindicalismo.

O termo chomskiano é habitualmente usado para identificar as suas idéias linguísticas embora o próprio considere que esses tipos de classificações (chomskiano, marxista, freudiano) "não fazem sentido em nenhuma ciência", e que "pertencem à história da religião, enquanto organização".

Contribuição à LinguísticaSyntactic Structures foi uma destilação do livro Logical Structure of Linguistic Theory (1955) no qual Chomsky apresenta sua idéia da gramática gerativa. Ele apresentou sua teoria de que os "enunciados" ou "frases" das línguas naturais devem ser interpretados em dois tipos de representação distintas: as "estruturas superficiais" correspondendo à estrutura patente das frases, e as "estruturas profundas", uma representação abstracta das relações lógico-semânticas das mesmas.

Esta distinção conserva-se hoje, na diferenciação entre Forma Lógica e Forma fonética, embora o processo de derivação transformacional com regras específicas tenha sido substituído pela operação de princípios gerais. Na versão de 1957/65 da teoria de Chomsky, as regras transformacionais (juntamente com regras de sintagmáticas, phrase structure rules e outros princípios estruturais) governam ao mesmo tempo a criação e a interpretação das frases. Com um limitado conjunto de regras gramaticais e um conjunto finito de palavras, o ser humano é capaz de gerar um número infinito de frases bem formadas, incluindo frases novas.

Chomsky sugere que a capacidade para produzir e estruturar frases é inata ao ser humano (isto é, é parte do patrimônio genético dos seres humanos) gramática universal. Não temos consciência desses princípios estruturais assim como somos não temos consciência da maioria das nossas outras propriedades biológicas e cognitivas.

As abordagens mais recentes, como o Programa Minimalista são ainda mais radicais na defesa de princípios económicos e óptimos na estrutura gramática universal. Entre outras afirmações, Chomsky diz que os princípios gramaticais subjacentes às linguagens são completamente fixos e inatos e que as diferenças entre as várias línguas usadas pelos seres humanos através do mundo podem ser caracterizadas em termos da variação de conjuntos de parâmetros (como o parâmetro pro-drop, que estabelece se um sujeito explícito é obrigatório, como no caso da língua inglesa, ou se pode ser opcionalmente deixado de lado (suprimido ou elidido), como no caso do português, italiano e outras).

Esses parâmetros são freqüentemente comparados a interruptores. A versão da gramática generativa que desenvolve a abordagem paramétrica é por isso designada princípios e parâmetros. Nesta abordagem, uma criança que está a aprender uma língua precisa adquirir apenas e tão somente os itens lexicais necessários (isto é, as palavras) e fixar os parâmetros relevantes.

Esta abordagem baseia-se na rapidez espantosa com a qual as crianças aprendem línguas, pelos passos semelhantes dados por todas as crianças quando estão a aprender línguas e pelo fato que as crianças realizarem certos erros característicos quando aprendem sua língua-mãe, enquanto que outros tipos de erros aparentemente lógicos nunca ocorrem. Isto sucede precisamente, segundo Chomsky, porque as crianças estão a empregar um mecanismo puramente geral (isto é, baseado em sua mente) e não específico (isto é, não baseado na língua que está sendo aprendida).

As idéias de Chomsky continuam a influenciar significativamente a pesquisa que investigavam a aquisição de linguagem pelas crianças, muito embora se tenham desenvolvido nesta área abordagens neo-behaviouristas, ou mistas que privilegiam explicações baseadas em mecanismos gerais de aprendizagem, com variantes emergentistas ou conexionistas.

Aquisição da linguagem

A aquisição da linguagem é o processo pelo qual a criança aprende sua língua materna. A respeito desse processo, há boas razões para afirmar que a aquisição da primeira língua é a maior façanha, de um processo individual, que podemos realizar durante toda a vida. Explicar esse processo é hoje considerado uma das tarefas centrais da lingüística. Muitos estudos nesta área se associam a psicolingüística. A maior base de dados nesta área é o Date Alface System. Em tradução livre, significa "Sistema de Alface de Dados da Linguagem da pessoa humana"

A linguagem é o meio de adequação do indivíduo a sociedade. Linguagem como meio tradicional de comunicação é o instrumento de transmissão de idéias, bem como da ocultaçao dessas, da alienação e da segregação. A linguagem é o item que se une ao convívio social como construtor das práticas sociais condicionadas e da identidade psicológica do homem. Um indivíduo que fica isolado da sociedade e aprende a linguagem tardiamente, tem uma percepção mais aguçada da realidade, suas idéias não se limitam a símbolos ou abstrações, como palavras ou idéias que distorcem os conceitos. Suas "portas da percepção" estarão abertas, pois seu conhecimento de mundo está livre de "pré-conceitos", ou seja, idéias perpetuadas pela sociedade, ditas como verdadeiras, mas que se analisadas sem "pré-idéias" são apenas práticas sociais condicionadas que não se utilizam de lógica, a imposição de regras(normas) para a regulação da práxis.

fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Aquisi%C3%A7%C3%A3o_da_linguagem

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Alfabetizacao e Letramento

Entende-se por alfabetização o processo de aquisição da escrita por um indivíduo. Acontece que saber apenas juntar letras e sons para constituir palavras é muito pouco para construir um aprendizado completo.
A sociedade em constante desenvolvimento e evolução exige mais do que desenhar e interpretar códigos.
O conceito de letramento surge para completar essa necessidade, pois o letramento se foca em aspectos sócio – históricos da aquisição da sociedade.
Podemos considerar uma pessoa letrada aquela que alem de ler e escrever é capaz de interagir com o texto, absorvendo mais do que informações superficiais.
O processo de alfabetização e letramento devem caminhar juntos, sendo a alfabetização um fator para o letramento.